O serralheiro Valdemir Aparecido Bergamasco, de 40 anos, não gosta de jogar nada fora.Desde criança, aprendeu com os pais a aproveitar tudo o que pode reformar, consertar e reciclar. “Aqui em casa nada de perde. Tudo se aproveita e se renova”, costuma dizer.

Ele não poderia ser diferente quando o assunto é água.

No início da crise hídrica, Valdemir tratou de ampliar a captação de água de chuva da casa do pai, onde também possui com a família uma serralheria. Instalou no primeiro andar uma bombona com capacidade para 200 litros que recebe água da calha. “Esta água a gente usa mais para lavar esta área, onde temos um cachorro”, conta.

Morador do Recreio da Borda do Campo há mais de 20 anos, Valdemir explica que a captação de água de chuva na casa já é antiga. Hoje, o imóvel tem capacidade para armazenar 4 mil litros de água de chuva, em 4 caixas. No Recreio, a água potável é distribuída por caminhões-pipa, que a família reserva em caixas diferentes. “Usamos essa água da chuva na oficina e também para lavar carro e calçada, por exemplo”, diz.

Mas ele promete não parar por aí. Com o agravamento da crise, Valdemir sente a necessidade de ampliar ainda mais a captação da chuva no imóvel. E já tem planos de instalar mais duas caixas de reservação, ambas encontradas na rua. “O ideal é que 100% da descarga dos banheiros seja feita com água de chuva. E isso eu vou conseguir com mais essas caixas”.