Santo André, 12 de novembro de 2014 – A necessidade do fortalecimento institucional dos municípios para a melhor gestão dos serviços de saneamento básico foi uma das conclusões do 8º Seminário de Tecnologia em Saneamento Ambiental da Assemae (Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento), realizado em parceria com o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André).

Encerrado hoje, o encontro atraiu 330 participantes, que puderam acompanhar durante os três dias de trabalhos os debates sobre segurança hídrica, gestão dos serviços, interdependência entre os entes federados, possibilidades de financiamento e de revisão de contratos de financiamento do setor, coleta seletiva, logística reversa de embalagens em geral e sistema de qualidade. Uma feira e apresentações de tecnologia mostraram também equipamentos e sistemas modernos que têm sido utilizados no setor.

Ao final, foi aprovada a “Carta de Santo André”, uma declaração que resume a importância do encontro e as diretrizes que os participantes esperam que sejam adotadas no país na busca da melhoria do setor. “Acreditamos que nenhum país alcançará seus objetivos de desenvolvimento sem considerar adequadamente o gerenciamento de seus recursos hídricos. Para tanto, é fundamental criar um esforço contínuo pela melhor integração intersetorial, notadamente nas relações entre recursos hídricos, energia e saneamento. Esta articulação intersetorial se realiza no processo de planejamento das ações de interesse local”, afirma um trecho da Carta, que foi lida para os presentes pelo presidente da Regional São Paulo da Assemae, Aparecido Hojaij, e aprovada por aclamação.

“Este tipo de evento vem de encontro à política de saneamento que todos perseguimos para melhor atender à população”, afirmou o presidente nacional da Assemae, Silvio José Marques. “Nós, gestores públicos, precisamos deste tipo de debate na medida em que temos problemas comuns a resolver”, disse o superintendente do Semasa, Sebastião Ney Vaz Jr.

Leia a íntegra da Carta de Santo André

Carta de Santo André

A ASSEMAE Regional de São Paulo e o Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa) realizaram, entre 10 a 12 de novembro de 2014, o VIII Seminário de Tecnologia em Saneamento Ambiental. O evento aconteceu no Teatro Municipal de Santo André (SP), com a presença de aproximadamente 330 participantes.

O fórum reuniu especialistas do saneamento básico, representantes do governo federal, gestores públicos, líderes de organizações não governamentais, pesquisadores, estudantes, profissionais da indústria e técnicos de atividades relacionadas ao setor.
Com a temática central em torno da “Segurança Hídrica e Gestão dos Serviços de Saneamento Básico em São Paulo”, o evento debateu os principais desafios do saneamento no Estado de São Paulo, discutindo a gestão dos serviços municipais e suas soluções para benefício de toda a sociedade.

O seminário reafirmou o saneamento básico como um direito essencial assegurado constitucionalmente no Brasil. Este reconhecimento legal reflete as profundas implicações desses serviços para a saúde pública e o meio ambiente, à medida que sua carência pode influenciar de forma negativa áreas como educação, trabalho, economia, biodiversidade e disponibilidade hídrica.
Ao analisarmos a evolução dos níveis de cobertura do saneamento básico no Brasil, percebemos uma série de avanços no atendimento à população, em especial a urbana. Por outro lado, ainda existem grandes desafios a serem superados, como a universalização dos serviços, o respeito à titularidade municipal, a garantia da gestão pública e a efetiva segurança hídrica.

Tema recorrente nos dias atuais, a segurança hídrica foi destaque nas discussões do seminário, afinal, as atividades de saneamento são diretamente afetadas quando ocorre a escassez dos recursos naturais. Contudo, a disponibilidade hídrica, embora seja importante, não é condição suficiente para garantir o bem-estar social. Sua gestão deve convergir, de forma integrada, buscando a manutenção da qualidade ambiental, do solo, da cobertura vegetal, das águas e da saúde pública.

Durante os debates, a importância do planejamento no uso da água foi amplamente questionada pelos participantes, que defenderam a necessidade do poder público em assumir o compromisso com políticas planejadas e integradas. A atual crise do abastecimento de água no país, sobretudo no Sudeste, reflete as deficiências do planejamento, expondo as fragilidades na gestão dos recursos hídricos, bem como a grande desarticulação político-institucional entre as esferas públicas.

Por mais que o Brasil seja rico em recursos hídricos, a distribuição geográfica não é homogênea e a disponibilidade da água fica cada vez mais pressionada pelas atividades humanas. Sendo assim, a segurança hídrica passa a ocupar um lugar de destaque nas discussões econômicas e de sustentabilidade, ensejando uma mudança de paradigma de toda a sociedade, no sentido de adequar sua relação aos sistemas de água e esgoto, bem como exigir dos poderes públicos a articulação permanente na gestão das políticas e ações de saneamento básico.

Acreditamos que nenhum país alcançará seus objetivos de desenvolvimento sem considerar adequadamente o gerenciamento de seus recursos hídricos. Para tanto, é fundamental criar um esforço contínuo pela melhor integração intersetorial, notadamente nas relações entre recursos hídricos, energia e saneamento.

Esta articulação intersetorial se realiza no processo de planejamento das ações de interesse local. Por isto, os órgãos do poder público devem implementar e fortalecer medidas estruturantes, com vistas ao aproveitamento do potencial técnico, tecnológico e humano, disponível nas empresas públicas de saneamento.

Outro tema de grande destaque no encontro foi a respeito da gestão pública dos serviços de saneamento básico, que deve ser eficiente e eficaz. O fortalecimento institucional dos municípios e dos seus serviços é o caminho para que seja possível a formatação de políticas de desenvolvimento urbano e regional, voltadas à melhoria da qualidade de vida em todo o país.

Nesse cenário, o fórum ratificou a luta contra a privatização dos serviços públicos de saneamento, que necessita continuar acesa nas entidades de classe, autarquias, organizações ambientais, universidades e demais setores sociais. A participação da iniciativa privada no saneamento deve estar focada apenas na produção de materiais e equipamentos, ou na realização de obras estruturais.

Os municípios, por meio de seus serviços públicos de saneamento e seus entes regulatórios, possuem plenas condições de planejar e executar as políticas locais, atendendo aos usuários com qualidade.

Por fim, a ASSEMAE e o Semasa reafirmam a importância de promover a cada ano o Seminário de Tecnologia em Saneamento Ambiental, construindo espaços de convergência, para formulação de uma agenda nacional de saneamento, com base nos pilares da sustentabilidade socioambiental.

Seminário Assemae

Santo André, 12 de novembro de 2014 – A necessidade do fortalecimento institucional dos municípios para a melhor gestão dos serviços de saneamento básico foi uma das conclusões do 8º Seminário de Tecnologia em Saneamento Ambiental da Assemae (Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento), realizado em parceria com o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Encerrado hoje, o encontro atraiu 330 participantes, que puderam acompanhar durante os três dias de trabalhos os debates sobre segurança hídrica, gestão dos serviços, interdependência entre os entes federados, possibilidades de financiamento e de revisão de contratos de financiamento do setor, coleta seletiva, logística reversa de embalagens em geral e sistema de qualidade. Uma feira e apresentações de tecnologia mostraram também equipamentos e sistemas modernos que têm sido utilizados no setor. Ao final, foi aprovada a “Carta de Santo André”, uma declaração que resume a importância do encontro e as diretrizes que os participantes esperam que sejam adotadas no país na busca da melhoria do setor. “Acreditamos que nenhum país alcançará seus objetivos de desenvolvimento sem considerar adequadamente o gerenciamento de seus recursos hídricos. Para tanto, é fundamental criar um esforço contínuo pela melhor integração intersetorial, notadamente nas relações entre...

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Santo André, 12 de novembro – No último dia do 8º Seminário de Tecnologia em Saneamento Ambiental, realizado em Santo André desde segunda-feira (10), o painel final abordou a importância do sistema de gestão da qualidade nos serviços de saneamento básico e seus desafios, demonstrando a prática do processo em três municípios distintos: Santo André, Campinas e Penápolis.  No caso de Santo André, a encarregada de Gestão de Qualidade do Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa), Isabel Cristina de Sousa, comentou sobre os instrumentos de gestão, o modo como foram implantados e os benefícios que o sistema tem gerado à autarquia. De acordo com Isabel, o desafio do processo é a busca pela melhora contínua dentro do órgão, com o objetivo de fazer com que o cliente esteja satisfeito. “A implantação de um sistema traz benefícios para qualquer instituição. Ter a certificação (ISO 9000) é um benefício para a organização e também para a cidade. O serviço de atendimento ao usuário foi o setor em que mais sentimos os benefícios. A ISO melhorou todos os processos e completará 18 anos em 2014. É como costumo dizer: qualidade é feita todos os dias, por todos nós”, comenta...

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Santo André, 12 de novembro de 2014 – Além da água e do esgotamento sanitário, as questões relacionadas à destinação dos resíduos sólidos também fazem parte da problemática do saneamento ambiental. Diante disso, o 5º painel do 8º Seminário de Tecnologia em Saneamento Ambiental da Assemae, realizado em Santo André, em parceria com o Semasa (Serviço Municipal de Saneaento Ambiental de Santo André), abordou os impactos para os municípios da coleta seletiva e da logística reversa de embalagens em geral, prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para o representante da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Valdemir Goldmeier, o acordo setorial para a implantação da logística reversa, que tem sido encaminhada pelo governo federal juntamente com a indústria, está demorando muito para sair do papel, o que obriga os municípios a arcarem com os custos da destinação correta, mesmo sem ter condições orçamentárias para isso. “Tudo acaba sendo pago ou subsidiado pelo município. Já se passaram 4 anos da aprovação da lei e todas as cobranças recaem sobre os gestores municipais. A gente se sente enrolado pela indústria. Ao que parece, todo mundo ganha tempo porque o bobo do prefeito paga a conta”, disse. O diretor de Resíduos Sólidos...

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Santo André, 11 de novembro de 2014 – A insegurança jurídica imposta pela falta de contratos entre prestadores de serviço de saneamento básico e as dificuldades que os municípios têm para revisar contratos de financiamento de obras do setor deram foram hoje (11/11) debatidos hoje durante o 8º Seminário de Tecnologia em Saneamento Ambiental da Assemae, realizado em Santo André, em parceria com o Semasa, desde segunda-feira. Os advogados Ivo Teixeira Gico Júnior e Evane Beiguelman, que participaram do painel, discutiram como o Poder Judiciário ainda desconhece a fundo a regulamentação do setor, o que criou um “vácuo” na segurança institucional das operadoras municipais. Gico defendeu o consórcio para regular as operadoras de saneamento municipalizadas. “Além de regulamentação, os municípios consorciados criariam um ambiente institucional mais favorável para discutir, por exemplo, o valor da tarifa de água no atacado comprada da companhia estadual”, disse Ivo Gico Júnior, sócio da Gico, Hadmann & Dutra Advogados e Coordenador do Núcleo de Pesquisa em Direito e Economia da UniCEUB. A respeito dos contratos de financiamento, Ivo Gico Júnior explicou que a falta de experiência dos municípios dificulta a análise dos contratos. “Os municípios não possuem expertise, nem financeiro nem jurídico, para analisar...

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Santo André, 10 de novembro – A crise hídrica é muito mais do que a seca extrema deste ano, que vem castigando, principalmente, a região Sudeste do Brasil. Durante o 8º Seminário de Tecnologia em Saneamento Ambiental, promovido pela Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), que está sendo realizado em Santo André, os debatedores lembraram que a falta de planejamento foi um dos problemas que levaram à situação atual. Os debatedores também discutiram a dificuldade da regulação do setor e a falta de clareza para a composição do preço da tarifa de água no atacado praticado pela companhia estadual aos serviços municipalizados que atuam na atuação na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e dependem da compra da água produzida pela Sabesp. Cálculo – No segundo painel, os desafios da regulação, a interdependência entre os entes federados e a definição do custo do serviço de abastecimento foram a tônica. O superintendente do Semasa, Sebastião Ney Vaz Jr., lembrou que a Sabesp não deixa claro como é o cálculo do valor da tarifa da água no atacado e questionou a agência reguladora Arsesp, presente no debate. A Arsesp é responsável pela regulação da tarifa praticada pela Sabesp. “É...

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Santo André, 10 de novembro – O presidente da Assemae (Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento), Silvio José Marques, disse hoje que a crise hídrica que afeta mais o Estado de São Paulo, e em particular a Região Metropolitana de São Paulo, traz um recado para todos. “Temos de aprender a conviver com menos água. O padrão vai mudar. Já é outro, se pensarmos nos últimos 10 anos”, disse. O alerta foi feito durante a cerimônia de abertura do 8º Seminário de Tecnologia em Saneamento Ambiental, promovido pela Regional São Paulo da Assemae em parceria com o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). O tema central do evento é a Segurança Hídrica e a Gestão de Serviços de Saneamento Básico em São Paulo. Também na cerimônia de abertura do evento, que está sendo realizado no Teatro Municipal de Santo André, o superintendente do Semasa, Sebastião Ney Vaz Júnior, falou sobre a importância do encontro para a busca de alternativas para a crise hídrica atual. “Já está na hora de ultrapassarmos barreiras e unirmos ações tecnológica e institucional, além da mobilização social para o enfrentamento do problema”, disse o superintendente do Semasa, Sebastião Ney Vaz Jr....

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